quarta-feira, 28 de maio de 2014

A DESCOBERTA DE UM MANUSCRITO DO POETA JAIME FERNANDES, DE LEIRIA

                     Nas minhas visitas a residências, para suprir a minha livraria de usados, muitas vezes sou surpreendido por histórias insólitas, curiosas, algumas alegres, outras nem tanto. Há uns quinze anos fui chamado à vizinha cidade de Mafra, na fronteira com Santa Catarina,  para adquirir uma grande quantidade de livros portugueses. Lá chegando, descobri que se tratava do acervo de um diplomata português que havia retornado ao seu país e deixado tudo para trás. Soube pela vendedora que ele havia caído em desgraça, sido acusado de um crime que não cometera, perdendo seu cargo e caindo em profunda depressão. De Curitiba, onde trabalhava, acabou indo parar em Mafra. Ocorre, para não me alongar, que o nosso inditoso português acabou, depois de muito tempo, sendo absolvido das acusações e reintegrado às suas funções diplomáticas, tendo retornado a Portugal.  Ao partir,  preferiu deixar todos os seus pertences para trás, autorizando a senhora a vender os livros, talvez para compensá-la por eventuais gastos, os detalhes eu não sei e não me são interessantes. O fato é que os livros eram muito bons e fiz duas boas viagens com o carro repleto, e olha que eu não compro qualquer coisa.    Pois bem.  Em meio à barafunda de papéis encontrei um álbum de fotografias antigas e um manuscrito com poesias do nosso diplomata, os quais ficaram no Brasil talvez por esquecimento, talvez por mágoas no coração, não sei.  Como sempre faço nesses casos, procuro salvar esses documentos e trazer para meu acervo, porque nele estarão bem cuidados e ganharão sobrevida, pois sabe lá Deus o que poderia acontecer com esses papéis, as histórias a contar são tristes. Tenho uma sala repleta de fotos,documentos, papelada que encontrei em minhas andanças, cada história numa caixa, e são caixas e caixas empilhadas, muitas pequeninas, outras enormes.   Essas histórias é que estou aos poucos disponibilizando nos meus três blogs.  
             Apesar de ter procurado pelo nosso Jaime Fernandes (o nome completo é José Jaime Fernandes Ribeiro da Silva)  na internet, descobri apenas que chegou a lançar um livro de poemas em Curitiba, no ano de 1981, o "Silhueta e outros poemas", encontrável vez ou outra nos sebos. Nada mais vi.  Cheguei a escrever para Leiria mas não recebi resposta.  Há até um homônimo na mesma cidade, também poeta, mas esse é jovem por demais, nascido em 1981, nada tem a ver com o nosso funcionário.  Pois então agora resolvi postar alguns dos escritos e fotos, na esperança de que isso me ajude a encontrá-lo, ou à sua família. No mínimo torno públicos esses escritos desse rapaz que sumiu no tempo e no espaço.   Os poemas são bons, não me engano, por isso meu interesse em dar-lhes divulgação.  Se fossem ruins de pés quebrados, nem me daria ao trabalho. Mas acho que a pequena Leiria, lá no Portugal de nossas origens primevas, ficará feliz em ver os escritos desse seu filho. Quem sabe o próprio Jaime Fernandes - quiçá ainda vivo - fique feliz em reencontrar esses documentos que são seus e que terei prazer em devolver.

ALGUMAS PÁGINAS DO ÁLBUM DE FOTOGRAFIAS com muitas fotos de sua irmã  

       

O POETA JAIME FERNANDES









 ALGUMAS PÁGINAS DE POEMAS 










domingo, 18 de maio de 2014

UMA GRAVAÇÃO INÉDITA DE STELLINHA EGG

                    Stellinha Egg talvez tenha sido a mais importante cantora do Paraná mas hoje está injustamente quase esquecida. A não ser por eventuais homenagens, como um show emocionante em sua memória realizado em outubro de 2010  no Guairinha, pouco dela se sabe e se diz.  Ela era uma artista completa, com voz inimitável e poderosa, que transitava pelos mais diversos gêneros musicais, com uma predileção carinhosa e expressiva pelos cantos  do povo, mas que também dançava e atuava no palco como poucas em sua geração. Casada com um maestro e arranjador de expressão nacional, Lindolfo Gaya, juntos fizeram música por décadas, enriquecendo nossa discografia da boa música brasileira, com dezenas de discos. Excursionaram por seis meses pelo leste europeu na década de 50, fazendo grande sucesso e mostrando a nossa música folclórica.  Stellinha, pouca gente sabe, enfrentou preconceitos por dançar e cantar músicas da umbanda, mas isso é assunto para um outro dia.  Hoje quero mostrar um inédito de Stellinha e, importante também, uma composição do seu marido, o maestro Gaya. Alguém me sussurrou que não conhecia nenhuma composição dele, pois então duplo júbilo, um inédito de Stellinha e uma composição de seu marido, Gaya.
                   O disco é um acetato, isto é, uma gravação única, uma prova para posterior reaproveitamento. Não localizamos essa gravação na discografia em 78 rpm de Stellinha, razão porque acreditamos ser um inédito dela. De um lado está a música "XANGÔ", num andamento, e no outro a mesma peça com um andamento mais rápido. Essas "provas" eram gravadas e os músicos as ouviam e as aprovavam ou não para posterior lançamento comercial.  Tenho 4 provas de músicas pianísticas de Villa Lobos, com a sua assinatura e a palavra "apróvo", mas isso também é assunto para outra postagem.
                   Enriqueço esta publicação com algumas fotos promocionais muito lindas da Stellinha Egg e que me foram doadas com discos por um seu parente alguns anos depois de seu falecimento.
                   Com essas fotos expressivas e a música de raízes negras "Xangô" que ela canta tão bem, podemos imaginar o que era Stellinha num palco.


O DISCO INÉDITO


               

AS FOTOS








MATERIAL ADICIONAL DE TERCEIROS


                  Esse pequeno documentário diz muita coisa sobre ela. No final, talvez as únicas imagens de Stellinha em movimento, um tesouro. 




Um blog espetacular e que tem muita coisa sobre a Stellinha Egg, bem como sobre diversas outras matérias. Vale a pena mergulhar !
http://atrilha.blogspot.com.br/search/label/stellinha%20egg


Paulo José da Costa
compra e recebe doações de acervos de postais e fotos antigas, inclusive álbuns de família
para arquivo particular
Proteja a memória, ensine as crianças a amar as fotografias. 
41 88050624
paulodafigaro@hotmail.com
https://www.facebook.com/paulojose.dacosta

sábado, 17 de maio de 2014

O ALBUM DE LISLE SIMÕES GONÇALVES, COM BIBI, JARDEL, HENRIETTE, MARIA DELLA COSTA... (1949)

                  Esse álbum precioso reúne assinaturas das mais importantes do teatro brasileiro. Estão aí Jardel Filho, Bibi Ferreira, Henriette Morineau, Maria Della Costa, Paschoal Carlos Magno...   Essa troupe veio a Curitiba em 1949 para algum espetáculo  e a jovem Lisle colheu as assinaturas dos artistas, bem como algumas fotos, para manter as suas lembranças.  Esse livro de assinaturas ela já tinha desde 1947, quanto inaugurou a primeira folha com nada menos que... Érico Veríssimo ! Dois anos mais tarde, quando participou de um espetáculo teatral ela usou o mesmo álbum para perpetuar as lembranças que tinha desses amigos artistas que mais tarde se tornariam ícones da cena teatral no Brasil.  E o pequeno livro verde se tornou uma relíquia. Reparto com vocês essas páginas de recordações de Lisle Simões Gonçalves.

CAPA DO ALBUM DE RECORDAÇÕES

A PRIMEIRA PÁGINA  

O ALBUM ABRE COM A ASSINATURA DE ÉRICO VERÍSSIMO, em 1947 


FOTO E DEDICATÓRIA DE JARDEL FILHO

JARDEL FILHO ASSINOU NOUTRA PÁGINA

PELO VISTO, JARDEL FILHO ENCANTOU-SE PELA DONA DO ÁLBUM



DEDICATÓRIA DE BIBI FERREIRA

ARY REIS


UMA DAS GRANDES DAMAS DO TEATRO BRASILEIRO : HENRIETTE MORINEAU


PASCHOAL CARLOS MAGNO


OUTRA GRANDE DAMA DO TEATRO - MARIA DELLA COSTA 



ANTOINETTE MORINEAU